Superstições em roda livre


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Será mesmo que querem fazer mal ao Benfica??

O futebol é pasto de superstições. Até os espíritos mais racionais e científicos sucumbem a crenças nos desígnios do além, às suas forças poderosas, inomináveis, capazes de fazer a bola andar de um lado para o outro e entrar ou não entrar na baliza. Ainda há poucas semanas veio a público a notícia de que uma bruxa no Alto Minho teria sido contratada para lançar “forças satânicas” sobre os jogadores do Benfica e isto quando os da Luz ainda detinham 5 pontos de avanço sobre o rival do Norte.
No rescaldo do clássico, já se ouviram vozes vindas do Dragão a falar nos "fantasmas" que serão responsáveis pela legitimidade do golo que lhes deu a vitória. A cada um a sua superstição, há que respeitar. No entanto, pelos lados da Luz também há gente supersticiosa. E entre os benfiquistas há quem garante, quem jure a pés juntos, que a maldição que tombou sobre o Benfica no campeonato não foi engendrada pela notícia dada em tempo útil sobre bruxa do Alto Minho mas sim sobre a notícia dada, também em tempo útil, sobre a iminência de um acordo entre o Benfica e a Olivedesportos no que diz respeito ao negócio das transmissões televisivas dos jogos dos "encarnados".
Foi por princípios de Fevereiro, perante o ocaso da Ongoing, que se deu por garantido esse cair do Benfica nos braços da empresa de Joaquim Oliveira que, segundo o próprio irmão, é quem manda nisto tudo. Provavelmente, até nas bruxas manda. E, por isso mesmo, há hoje muitos benfiquistas altamente supersticiosos suspeitando de que foi o anúncio do acordo com a Olivedesportos, ventilado há coisa de um mês, que tramou o Benfica quando ia tão bem lançado no campeonato. E esses mesmos benfiquistas, dados a absurdas crendices, ainda ficaram mais irritados quando viram, 24 horas depois do clássico, o seu clube a recuar no acordo e a exigir mundos e fundos a Joaquim Oliveira. "Agora, é tarde!", desabafaram com toda a propriedade científica.
Como se não lhe bastasse as superstições do além, o Benfica ainda tem de se ver a contas com outras questões mais terrenas, mais carnais. No rescaldo do clássico, na garagem da Luz, Rui Costa discutiu com um dirigente da Liga. O momento está registado num pequeno filme onde é bem perceptível o instante em que Rui Costa diz: "Oh Carlos, quando eu for às Antas, ai de ti que venhas dizer uma palavra sequer, eu até te como lá dentro!" Está visto que vamos ter brevemente o Rui Costa acusado de canibalismo. O que vai valer a absolvição a Rui Costa é o facto de, sagazmente, ter dito "oh, Carlos, quando eu for às Antas" em vez de ter dito "oh, Carlos, quando eu for ao Dragão". Como já não há Antas pode ser que a acusação caia sem consequências por falta do lugar onde o crime foi agendado. Mas nunca se sabe.
FONTE: Correio Da Manhã

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