Juiz condena pastor Saeed Abedini a oito anos de prisão no Irã; Veredicto ignorou a legislação vigente do país


O pastor iraniano Saeed Abedini, 32 anos, foi condenado pelo Tribunal Revolucionário Islâmico do Irã a oito anos de prisão por evangelizar crianças.
Abedini estava preso desde setembro sob acusação de comprometer a segurança nacional do Irã, devido a sua cidadania norte-americana e suas viagens internacionais.
A sentença foi proferida verbalmente no último domingo, 27/01, pelo juiz Pir-Abassi, conhecido como “juiz do enforcamento”, de acordo com o Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ).
Segundo informações do Christian Post, o Tribunal violou a legislação iraniana ao condenar o pastor Saeed verbalmente. A constituição do Irã exige que um veredicto seja emitido por escrito, ao final dos processos legais.
A condenação teria sido baseada nas atividades do pastor durante a década passada, quando o governo do presidente Khatami não considerava o cristianismo uma ameaça. Atualmente, o Irã é presidido por Mahmoud Ahmadinejad, que governa sob orientação do aiatolá Ali Khamenei.
Recentemente, Saeed Abedini havia sido proibido de comparecer à sessão de seu próprio julgamento, apesar de um funcionário do tribunal afirmar ao advogado do pastor que ele poderia ser libertado em breve.
“A promessa de sua libertação foi uma mentira. Nós não devemos confiar nas palavras vazias ou promessas feitas pelo governo iraniano. Essas falsas esperanças somam-se à tortura psicológica. Você não quer confiar neles, mas eles constroem um lampejo de esperança antes do golpe esmagador. Com o desenvolvimento de hoje eu estou devastada pelo meu marido e minha família”, afirmou Naghmeh Saeed, esposa do pastor, em depoimento à ACLJ.
Jordan Sekulow, diretor executivo do ACLJ, disse que o tribunal “não só abusou suas próprias leis, como pisou sobre os fundamentos dos direitos humanos”, lembrando que o motivo de tudo isso é sua profissão de fé: “O pastor Saeed agora enfrentará oito anos em uma prisão dura, e provavelmente enfrentará tortura e abusos nas mãos do regime iraniano, o que ameaça sua vida”.
Sekulow fez ainda um apelo para que as autoridades internacionais intervenham no caso: “Apelamos aos governos de todo o mundo para se levantar e defender o pastor Saeed. Como sua esposa disse, começando com o nosso próprio governo, todo esforço deve ser feito. Estamos pedindo ao Departamento de Estado e da Casa Branca, que apelaram a uma liberação do pastor Saeed, para se envolver ainda mais”.

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