súcubos e os íncubos



Os súcubos e os íncubos, sôfregos sugadores de energia alheia
Um modelo de anima é a bruxa. Na hierarquia demoníaca, existiram outros seres lendários. Ainda no século XVI, Reginald Scot (1) escreveu um livro - Discoverie of Witchcraft («Descobertas de Feitiçaria») - em que afirmou serem mulheres, com melancolia em abundância na cabeça, a imaginarem o demo.

Nos contos, alguns dos malignos estão circunscritos a viver em bosques. Certos grupos de nove seres femininos (2) estiveram na origem do termo medieval mares ou maers, para aquelas que habitariam, precisamente, em florestas escuras e se transfiguravam em súcubos (3), demónios terríveis, que caíram em desuso.

O termo inglês nightmare («pesadelo») decorre dessa condição atroz de ser-se atormentado por mares, de quando em vez, durante a noite. Em alternativa às mares, as Musas (Talia, Clio, Calíope...) foram mais inspiradoras, isto é, favoreciam a inspiração na poesia e no discurso (4).

Garantira-se (5) que um súcubo se fantasiava de mulher para seduzir um homem e propagar a sua espécie através do sémen do seduzido. Seria, portanto, um demónio (masculino) no feminino que teria relações sexuais com um homem adormecido, cortando-lhe a respiração e impedindo-o de gritar.


Em uma Enciclopédia (6) actualizada, o adjectivo súcubo refere-se àquele que se coloca por baixo, enquanto o seu antónimo, o adjectivo íncubo, significa aquele que se deita por cima. Nessa posição, portanto, o outro demónio, basicamente masculino, o íncubo (7), atormentava as mulheres. Julgava-se que teria igualmente relações sexuais com estas quando adormeciam e tinham pesadelos.

Segundo outra crença, depois da relação viciada (travesti - homem vestido de mulher) do súcubo, ele era visto pela vítima como masculino - um íncubo. Transformava-se de súcubo em íncubo e de íncubo em súcubo, provisoriamente, e assim mesmo transformava a vítima que enfraquecia e estiolava.

Em tempos que já lá vão, até mesmo os macacos e os espíritos animais (8) puderam ser acusados de súcubos e de íncubos, por julgar-se copularem com seres humanos adormecidos para lhes roubarem energia vital.

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