Grupo de muçulmanos desenterra e arrasta pelas ruas o cadáver de um hindu no Paquistão

O cadáver de um homem hindu de 30 anos, sepultado no passado sábado, foi desenterrado e arrastado pelas ruas da vila de Pangrio, no Paquistão, esta terça-feira. 

Um grupo de muçulmanos fundamentalistas contestava a localização da sepultura, optando por isso profanar o túmulo e o cadáver, segundo as autoridades.

O incidente é o mais recente numa longa história de perseguição contra minorias religiosas neste país de maioria islâmica. Nas últimas semanas, o bombardeamento de uma igreja matou mais de 80 cristãos e os xiitas, uma minoria muçulmana, tem sido muito afectada por atentados. 

Há cerca de dois milhões de hindus no Paquistão, um país de 180 milhões de pessoas, a esmagadora maioria das quais são muçulmanos sunitas. Historicamente os hindus, que vivem quase todos na região de Sindh, têm vivido lado a lado com os seus vizinhos muçulmanos, mas o aumento do fundamentalismo islâmico têm levado a um agravar da discriminação. 

O facto de os hindus serem associados à Índia, a principal inimiga e rival do Paquistão, não ajuda em nada esta comunidade. Ironicamente, apesar de a Índia ser um país de maioria hindu, vivem mais muçulmanos naquele país do que no Paquistão. 

Citado pela Reuters, Narayan Das Bheel, um membro da comunidade Sindh, lamentou que “já nem os nossos mortos estão seguros nas suas sepulturas”. 

Depois do acto de profanação a polícia tomou conta da ocorrência para evitar confrontos entre as duas comunidades.

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