Pastor brasileiro de Igreja Batista é preso em Cuba na véspera da visita da presidente Dilma Rousseff

Pastor brasileiro de Igreja Batista é preso em Cuba na véspera da visita da presidente Dilma RousseffO pastor brasileiro Mario Felix Lleonart Barroso, líder de uma Igreja Batista em Cuba, foi preso pela polícia política do país no último sábado, 25 de janeiro, na frente da esposa e filhos.
De acordo com informações da Christian Solidarity Worldwide (CSW), o pastor Barroso foi mantido incomunicável no dia em que foi detido, e após ceder amostras de DNA e impressões digitais, foi levado para sua casa, onde é mantido em prisão domiciliar.
A polícia política de Cuba mantém forças de segurança ao redor da residência do pastor, e tentaram intimidá-lo para que assinasse um documento chamado “Advertência Oficial”, que costuma ser usado como evidência contra o acusado em um eventual julgamento futuro. Porém Barroso se recusou a assinar o documento.
“De acordo com a irmã do pastor, Mirka Pena, a prisão do reverendo Lleonart Barroso é parte de uma grande repressão a dissidentes políticos em todo o país, incluindo famosos ativistas, tais como o doutor Oscar Elias Biscet e o vencedor do prêmio Sakharov, Guillermo Fariñas, antes do encontro da Comunidade de Estados da América Latina e Caribe, a ser realizado esta semana em Cuba”, informou a nota da CSW.
O evento que reúne diversos países seria o principal motivo da prisão do pastor. Segundo relatos dos membros da Igreja Batista Ebenezer, Barroso teria recebido a visita de agentes da polícia política dias antes, e teria sido avisado para ficar “quieto” durante a realização do encontro político, e disseram que se ele saísse de casa, seria preso.
A repressão política na ilha governada pelos irmãos Castro é intensa, e outro pastor, Yordani Santí, foi preso no dia 16 de janeiro e interrogado por agentes de segurança, que o ameaçaram de detê-lo definitivamente caso se associasse ao pastor Barroso.
Para o diretor da CSW, Mervyn Thomas, a prisão do pastor evidencia o autoritarismo praticado em Cuba: “Condenamos a prisão do reverendo Lleonart Barroso e estamos particularmente preocupados com o fato da segurança do estado cubano ter recolhido amostras biométricas, de perfume e DNA de um líder de igreja pacífico. Nós pedimos ao governo cubano pela libertação do pastor de sua prisão domiciliar com efeito imediato e a remoção dos agentes de segurança da parte exterior de sua casa e igreja. A prisão e assédio de cubanos de toda a ilha que o governo considera serem dissidentes políticos, mesmo próximo ao encontro de líderes da América Latina em Havana, é uma afronta aos princípios democráticos e respeito pelos direitos humanos em todo o mundo. Nós pedimos aos líderes da América Latina que estarão presente em Cuba nos próximos dias que levantem a questão de Direitos Humanos e se encontrem com alguns dos que estão sofrendo com este assédio”, afirmou.
Já a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) emitiu um comunicado pedindo que os fiéis brasileiros intercedam pela vida do pastor e ressaltou as relações políticas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) com os líderes de Cuba para cobrar explicações sobre o caso.
“Nós pedimos oração pela vida do Pr. Mario e por consolo e força para a família dele. Ressaltamos que enquanto isto acontece, a Presidente do Brasil, Dilma Rouseff, está em Cuba para a reunião da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC), e para a inauguração do megaporto de Mariel, que foi construído e financiado pelo Brasil. A ANAJURE, sinceramente, espera que os lucros da obra não sirva apenas de propaganda política, tanto cubana quanto brasileira, mas que ajude a mudar a situação desumana  em que vivem tantos cubanos. Esperamos também que a presidente do Brasil incentive Raul Castro a ouvir pessoas, como o pastor Mario Felix Barroso, que fazem oposição pacífica a um regime político opressor e abusivo”.

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