Descobrem tribunal de Jesus

O Museu de David em Jerusalém e o julgamento de Cristo perante Pôncio Pilatos, de Mihály Munkácsy, 188
Há 15 anos que duram os planos e trabalhos para expandir a torre do Museu de David, na parte velha de Jerusalém. Segundo noticia o “Washington Post”, estes esforços tiveram um desenvolvimento inusitado nos últimos dias.
Ao escavarem o chão de um velho edifício adjacente ao museu, os arqueólogos descobriram vestígios do que pode ter sido o local onde Cristo foi julgado. 
O edifício que cobria esses vestígios arqueológicos tinha sido utilizado pelos turcos como prisão. Esta prisão “é uma parte do antigo puzzle que é Jerusalém e mostra a história da cidade uma forma única e clara”, diz Amit Re’em, o arqueólogo-chefe de Jerusalém que iniciou as escavações há uma década, ao jornal norte-americano. 
Para os mais de um milhão de cristãos que visitam a cidade santa anualmente, a eventual descoberta da localização do sítio onde Cristo foi julgado é muito importante. 
Durante muitos anos houve uma polémica entre especialistas sobre se o local seria fora da cidade, no campo militar onde estaria Pilatos, ou no centro. Para Shimon Gibson, arqueólogo e professor da Universidade da Carolina do Norte, não há dúvidas de que o julgamento terá ocorrido no conjunto de edifícios do palácio de Herodes. na zona onde a torre do Museu de David se encontra hoje. 
Em Israel, a arqueologia é uma continuação da guerra por outros meios e, como já se sabe pela famosa citação de Clausewitz, esta última é também a continuação da política por outros meios. 
Há muito que o Estado israelita usa a arqueologia para, no imbricado dos vestígios, conseguir demonstrar “cientificamente” a antecedência dos judeus em relação a outros povos semitas, como os palestinianos, na região.
No centro da polémica está uma organização privada chamada Elad, também conhecida como Fundação Cidade de David, que controla as escavações em Siluan. Criada por David Beeri, ex-comandante de uma unidade militar de elite, a Elad tem o objectivo declarado de aumentar a presença de judeus em Siluan. Para isso, conta com doações de judeus milionários do exterior e a bênção do governo israelita. 
O local das descobertas fica na área de Jerusalém ocupada por Israel em 1967 e que os palestinos vêem como parte da sua futura capital. 

Publicado no Ionline

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