De acordo com as investigações, Flanio sofreu violência sexual por cerca de 20 minutos antes de morrer. No ritual, teve o pescoço apertado por um torniquete de madeira até a cabeça se separar do corpo. Segundo o delegado responsável pelo caso, Antônio Dutra, o casal, que também morava em São Domingos, ficou com medo de ser descoberto e linchado pela população e se entregou no posto policial do distrito.
“Eles contaram ter recebido R$ 400 do pai de santo para pegar o menino e participar do ritual. Antes de matar a criança, Genival e o pai de santo se revezaram em atos de abuso sexual”, detalhou Antonio Dutra. Segundo ele, os outros dois homens acompanharam o crime, mas não participaram do abuso.
Flanio Macedo estava desaparecido desde o dia 1º, quando saiu de casa, na Travessa Ana Maria da Conceição, por volta das 6h, para carregar frete na feira. Depois de procurar a polícia e a imprensa, parentes souberam que ele tinha sido visto na zona rural empurrando a carroça e na frente um homem, em uma bicicleta.
O corpo do menino foi encontrado anteontem, em estado de decomposição, num local de difícil acesso, no Sítio Camarinhas, em Brejo da Madre de Deus. Flanio Macedo estava com a cabeça a cerca de um metro do corpo e sem os olhos. Seus braços e pernas foram amarrados e ele estava sem roupas.
Perto do corpo havia objetos usados em rituais, como bonecos vodus, penas, ossos, velas, panelas e comida. A carroça com que o menino fazia frete também estava no local, que segundo a polícia, é conhecido pelos rituais de magia negra. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal do Recife.
Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão (INCTI) da Universidade de Brasília, Alexandre L’omi L’odò, o ritual não pode ser enquadrado no campo das religiões de origem afro. “Não conheço dentro das religiões de matizes africanas e indígenas nenhum ritual que envolva sacrifício humano. Dentro do meu campo de estudo, nunca ouvi falar em ritual de retorno.”
Populares destroem a residência do acusado com idignação.
Tomados pelo sentimento de revolta, populares destruiram, a residência do acusado de matar, com requintes de crueldade, o menino Flánio Macêdo.
Fonte: Rádio Jornal Pé
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