O Papa Emérito Bento XVI, de 86 anos, que renunciou a liderança da Igreja Católica em fevereiro deste ano, declarou não ter escondido questões de pedofilia envolvendo padres, durante seu pontificado entre 2005 e 2013. “Só posso [...] admití-lo com profunda consternação. Mas jamais tentei acobertar essas coisas”, disse ele sobre os abusos sexuais contra menores cometidos dentro da Igreja por sacerdotes.
O alemão afirmou ainda: “O fato de o poder do mal penetrar até este ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, não podemos suportar, e, por outro, nos obriga a fazer todo o possível para que incidentes deste tipo não voltem a se repetir”.
Essas alegações foram dirigidas ao matemático ateu Piergorgio Odifreddi, em resposta ao seu livro Caro Papa, ti scrivo [Querido Papa, te escrevo, tradução do italiano para o português], e foram publicadas nesta terça-feira (24) no jornal La Repubblica.
Durante seu pontificado, Joseph Ratzinger decretou a tolerância zero frente às revelações de vários casos de pedofilia dentro da Igreja. Esta é a primeira fez que ele faz considerações em 1ª pessoa. Suas observações sempre eram apresentadas de forma indireta pelos católicos.
“Se não é lícito se calar ante o mal dentro da Igreja, também não é se calar sobre o grande rastro luminoso da bondade e da pureza que a fé cristã deixou atrás de si ao longo dos séculos”, defendeu o Papa Emérito.
Bento XVI vive em um monastério do Vaticano, na Itália, e foi sucedido pelo papa argentino Francisco, que veio ao Brasil em julho deste ano (2013), para celebrar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Há cerca de dez anos a imprensa noticia escândalos sexuais envolvendo a Igreja, primeiro nos EUA, depois em outros países. Houve vários casos documentados de padres pedófilos, que eram transferidos de paróquia em vez de serem denunciados às autoridades.
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