Patriarca de Lisboa apela ao consenso no Parlamento

O Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, apelou este sábado à busca de acordos na concertação social e na Assembleia da República, uma vez que "as forças sociais, políticas, sindicais divergem na maneira de conseguirmos ser mais modestos nos gastos e mais solidários nos proventos". 

D. Manuel Clemente presidiu hoje à celebração dos Fiéis Defuntos, na Sé Patriarcal de Lisboa. No final da missa, falou aos jornalistas, a quem afirmou que "o Governo, na sua proposta de Orçamento, entende que [atingir o objectivo] passa por uma baixa nas pensões", com o argumento de que devem ser reduzidas para que possam continuar a ser pagas no futuro. 

Por outro lado, as "forças sindicais e sociais entendem que não era necessário isso e que era possível chegar lá de outra maneira, com outros cortes noutros sectores, concretamente na despesa", acrescentou, lembrando que é para alcançar o consenso entre posturas diferentes “que existe a concertação social, a Assembleia da República e é para isso que a lei do Orçamento do Estado", aprovada na sexta-feira na generalidade, vai ser apreciada na especialidade. 

"Que as argumentações de todos apareçam, sejam claras e depois se decida democraticamente para o futuro, mas com um grande envolvimento solidário de todos", apelou. 

D. Manuel Clemente defendeu ainda que não podem ser pedidos sacrifícios a quem já não tem nada para dar: "Quando se pedem sacrifícios também no sentido de sermos mais módicos, mais frugais, isso só pode ser pedido a quem ainda pode ser mais frugal e não àqueles que já não podem ter mais frugalidade nenhuma". 

O Patriarca de Lisboa realçou depois o trabalho "notável" do sector social e da sociedade nos últimos três anos para ajudar as famílias que se encontram em "grandes dificuldades" e que se debatem com "o problema acrescido do desemprego". 

"Havia famílias que já tinham um orçamento muito modesto, mas que agora tem de ser reforçado porque apoiam filhos que estão desempregados e netos", apontou. 

Por fim, questionado sobre a suspensão do feriado do Dia de Todos-os-Santos, D. Manuel Clemente afirmou esperar que seja reposto.

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