Os líderes de várias confissões cristãs no Sudão do Sul publicaram uma carta conjunta na qual apelam à paz naquele país.
A capital do Sudão do Sul e a cidade próxima de Bor têm sido palco de violência com alguns relatos a dar conta de centenas de mortos. A situação deve-se a divergências entre diferentes facções do Movimento de Libertação Popular do Sudão (MLPS), que governa o país desde que conseguiu vencer uma guerra de secessão com o Sudão.
Vários relatos que chegam daquele país, contudo, dão a ideia de que a violência está também a ter contornos étnicos, entre as duas principais tribos, os Dinka e os Nuer.
Mas esta caracterização deve ser evitada a todo o custo, avisam os líderes religiosos: “Aquilo que aconteceu não deve ser caracterizado como um conflito étnico, nem como sendo entre as comunidades Dinka e Nuer. Estamos perante diferenças no seio do MLPS, entre líderes políticos da República do Sudão do Sul”.
“Pedimos por isso aos líderes das duas comunidades que não aceitem que este conflito é entre as duas tribos”, dizem ainda.
No entanto, na mesma carta, os representantes de várias confissões cristãs confirmam as razões para preocupação. “Preocupam-nos os relatos de abusos, assédio e assassinatos de cidadãos comuns com base na sua filiação étnica. Soldados estão a pedir aos civis que se identifiquem pelas suas tribos e nós não podemos aceitar sermos identificados por filiação tribal, uma vez que somos todos sudaneses do Sul. Condenamos estes actos de abuso e esperamos que não se percam mais vidas”.
Os líderes da Igreja Católica no Sudão do Sul não subscrevem esta carta, mas também já condenaram a violência e ofereceram-se para moderar o conflito e ajudar a encontrar uma solução pacífica.
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