10 ESTRANHAS LENDAS E IMAGENS DE SANTOS CATÓLICOS

Ao longo da história da Igreja Católica, milhares de homens e mulheres foram canonizados, ou seja, foram elevados à condição de santos. A biografia deles, é claro, está cheia de atos de fé, de bondade e de muitos milagres. Mas há também aqueles cujas vidas foram marcadas por experiências por vezes estranhas e quase sempre horríveis. Essa lista abordará 10 desses santos católicos, cujas lendas  e representações artísticas são bastante incomuns.

1 – São Dinis de Paris

São Dinis de Paris
São Dinis teve uma juventude voltada ao cristianismo, pregando e convertendo os pagãos aos ensinamentos de Cristo. Enviado como missionário a Paris, ele tornou-se bispo da cidade. Suas milhares de conversões, no entanto, enfureceram os sacerdotes pagãos, que decidiram executá-lo por decapitação. A lenda afirma que, após a sua cabeça ser cortada, ele a pegou e caminhou por vários quilômetros com ela debaixo do braço, pregando por todo o caminho, até chegar à sua igreja. São Dinis é representado na arte sacra como um corpo segurando a cabeça decapitada nas  mãos.


2 – Santa Dymphna

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A história de Santa Dymphna é realmente triste e também muito semelhante a várias lendas populares do catolicismo. Dymphna era uma virgem, filha de um rei pagão da Irlanda. Ela secretamente havia sido batizada no cristianismo. Depois que sua mãe morreu, seu pai ficou louco de tristeza, e declarou que só se casaria com outra mulher tão bonita quanto sua esposa. Ele percebeu, então, que Dymphna, sua própria filha, compartilhava a beleza de sua falecida rainha. O rei ficou obcecado em casar-se com a menina, mas ela, horrorizada, fugiu dele, acompanhada por um sacerdote de confiança. Os dois procuraram por refúgio em diversos lugares, mas foram encontrados por homens do monarca ensandecido. O sacerdote foi prontamente morto, e o rei mais uma vez pediu a filha em casamento. Dymphna recusou o ignóbil pedido e foi decapitada. Conta a lenda que um alienado que estava na praça assistindo a decapitação, recobrou subitamente a razão. Dymphna é descrita como uma bela e virginal menina. Na arte sacra, ela é geralmente retratada segurando uma Bíblia Sagrada e um ramo de flores brancas. Santa Dymphna é a padroeira das vítimas de incesto e dos mentalmente perturbados.


3 – Simão, o zelote

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Simão, o zelote foi um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Segundo a tradição, ele tinha sido um homem violento antes de juntar-se ao pregador da Galileia. Não se sabe muito da  vida de Simão, depois da morte de Jesus, mas se acredita que ele tenha viajado muito, sempre pregando o evangelho. Diz a lenda que ele foi martirizado na Mesopotâmia de um modo extremamente cruel: pendurado de cabeça para baixo e serrado - longitudinalmente. Simão é frequentemente representado segurando a serra, o instrumento de seu martírio.


4 – Santa Apolônia

Santa Apolônia fez parte de um grupo de virgens mártires que padeceram em Alexandria no Egito, durante um levante local contra o cristianismo. De acordo com a lenda, durante sua tortura, ela teve todos os seus dentes violentamente arrancados ou quebrados. Ameaçada de ser queimada viva, caso não renunciasse ao cristianismo, Santa Apolônia jogou-se voluntariamente na fogueira para não abdicar a sua fé. Ela é a padroeira dos dentistas, sendo representada segurando um pinça prendendo um dente ou com um dente de ouro em um colar.


5 – Santa Margarida de Antioquia
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Santa Apolônia e Santa Margarida de Antioquia
Santa Margarida de Antioquia foi uma santa muito popular na Idade Média. A lenda nos conta que ela era  filha de um sacerdote pagão chamado Aedesius. Não obstante a posição do pai, Margarida se converteu ao cristianismo. Essa decisão irritou profundamente a Aedesius, bem como a um pretendente cujos avanços românticos Margarida rejeitou. Delatada às autoridades como cristã, ela foi presa. Na cadeia, a santa recebeu a visita do diabo, na forma de um dragão, que  a engoliu por inteira. A cruz que Margarida carregava, no entanto, irritou a barriga do dragão e ela pode rasgar o ventre da besta usando o crucifixo, saindo ilesa dessa alucinante experiência. Em seguida, várias tentativas foram feitas para executá-la por afogamento e pelo fogo, mas todas falharam, levando muitos que testemunharam sua tortura a abraçarem o cristianismo. Santa Margarida foi decapitada; ela é muitas vezes representada emergindo da barriga do dragão. Apropriadamente, a santa é a padroeira do parto.


6 – São Bartolomeu

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São Bartolomeu, igual a Simão, o zelote, também foi  um dos apóstolos de Cristo. Depois da morte de Jesus, ele viajou pelo mundo, chegando a alcançar a Índia, sempre pregando o evangelho. Na Armênia, São Bartolomeu entrou em conflito com os pagãos locais e foi martirizado. Segundo a lenda, ele foi esfolado vivo ( remoção da pele do corpo, mantendo-o tão intacto quanto possível), e depois crucificado de cabeça para baixo. O mártir é o santo invocado por aqueles que lidam com peles e couro. São Bartolomeu é representado na arte sacra como um homem segurando a pele esfolada.


7 – São Cristóvão

São Cristóvão
São Cristóvão, segundo algumas lendas, pertencia a uma tribo no norte da África conhecida pelos romanos como Marmaritarun. Essa região do mundo era, então, em grande parte desconhecida e considerada habitada por todos os tipos de criaturas estranhas, incluindo homens com cabeça de cachorro. Algumas lendas conflitantes cercam a figura de São Cristóvão. Em uma delas ele é um homem com cabeça de cão, que fora capturado pelos romanos e obrigado a serví-los. Na cidade eterna, a criatura se torna cristã, o único cristão entre os de sua espécie. Outra lenda nos mostra São Cristóvão transportando uma criança através de um rio, à medida que a travessia progride, o menino torná-se incrivelmente pesado.  A criança, então, revela-se como sendo o menino Jesus e seu peso é devido a carga do mundo sobre seus ombros. Ainda em outras lendas, a cabeça de cão é um presente de Deus para o santo,  a fim de afastá-lo dos olhares lascivos das mulheres. Nos ícones da Igreja Ortodoxa, São Cristóvão é muitas vezes representado como um homem com cabeça de cão, ricamente vestido - um cinocéfalo. No Brasil, o santo é o padroeiro dos motoristas.


8 – São Roque

São Roque
São Roque nasceu na nobreza, mas logo renunciou à sua vida de riquezas e privilégios para trabalhar como voluntário entre as vítimas da peste negra. Ele viajou pela Europa efetuando muitas curas em pessoas infectadas com a peste. Quando São Roque também contraiu a doença, ele retirou-se para uma cabana na floresta. Lá, o santo fez amizade com um cão, que trazia  alimentos e lambia as feridas da perna do asceta. Curado milagrosamente da peste, São Roque  finalmente retornou à civilização, mas muitas pessoas que ele conhecia já estavam mortas. Ele foi jogado na prisão, e com o seu cão, continuou a ministrar aos presos até a sua morte. Ele é o santo padroeiro dos cães, dos inválidos e dos cirurgiões. Na arte, São Roque é retratado levantando a bainha de seu manto para mostrar as chagas nas pernas, enquanto que seu fiel cão as lambe.


9 – Santa Ágata

Santa Ágata
Filha de nobres da Catânia, de acordo com a tradição católica, Santa Ágata consagrou-se a Deus aos quinze anos. Sendo uma jovem muito bonita, ela atraiu as atenções de um poderoso cônsul de nome Quinciano. Quando a santa recusou as investidas amorosas do romano, ele a  enviou para um bordel. Depois de 30 dias, a moça ainda permanecia intocada. Quinciano então ordenou que ela fosse acorrentada, chicoteada, esticada e queimada. Durante essas torturas, os seios da santa foram arrancados com tenazes. Segundo a lenda, São Pedro milagrosamente curou as feridas de Ágata durante a noite. O enfurecido Quinciano então a jogou sobre brasas e vidro até que ela finalmente sucumbiu à morte. Santa Ágata é a padroeira das pacientes com câncer de mama. Ela é retratada levando seus seios em um prato.


10 – Santa Luzia

Santa Luzia
Santa Luzia, ainda muito jovem decidiu dedicar sua vida a Cristo, recusando o noivo escolhido por sua mãe. Embora a mãe acabasse por aceitar essa decisão, o pretendente abandonado não foi tão generoso e a delatou como cristã para as autoridades romanas. Jogada em um bordel pelo imperador Diocleciano pra que fosse prostituída, a jovem foi salva por um estranho milagre. Ela permaneceu em pé e ninguém, nem mesmo vários soldados romanos, conseguia fazê-la mover-se, era como se a santa possuísse raízes. Então, ela foi torturada e teve seus olhos arrancados. A lenda afirma que Deus restaurou a visão da santa antes dela ser executada. Santa Luzia é representada na iconografia como uma jovem mártir segurando seus olhos em uma bandeja.

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