Entre as muitas questões polêmicas dentro das igrejas tradicionais está a ordenação feminina. Este mês a Ordem dos Pastores Batistas aprovou essa questão que divide a denominação. Para Fernando, a questão é simples: “Quando Deus começa uma obra ninguém pode segurar, mas Ele trabalha em nossa história… Nosso sistema congregacional é uma bênção, mas tem suas limitações e uma delas é que cada um pensa de um jeito”.
Para ele, parte da culpa é das editoras evangélicas do país. “Há muita coisa em termos de teologia bíblica evangélica brasileira, mas não há um parque gráfico operante. As editoras preferem traduzir livros de outros países. O que não acontece com a teologia brasileira católica”, acredita.
Além disso, lembra que a maioria dos seminários brasileiros só ensinam sobre “os teólogos da primeira década do século XX e nem sabem os nomes dos teólogos brasileiros evangélicos e latinos”. Ou seja, de certa forma estamos “parados no tempo” ao longo das últimas décadas.
Para as igrejas mais tradicionais isso teve um resultado claro: a perda de terreno para o movimento neopentecostal e a “explosão” de denominações como a Universal, a IMPD e outras. “Os tradicionais erraram em não falarem a língua do povo e nem de tratar o povo como indivíduos e não massa. O Deus imanente ficou muito mais visível pelos pentecostais e nas novas igrejas do que pelos tradicionais que não foram bons na divulgação”, assevera o pastor.
Sendo assim, constata-se que existe uma dilema com o crescimento estatístico no número de evangélicos do Brasil: o número de seminários não acompanhou, prejudicando assim a formação de novos líderes para essas novas igrejas.
Fernando vai mais longe: “A formação não garante o sucesso ministerial, mas nenhum pastor que conheço fica muito tempo no ministério sem desastres sem a formação formal. É fácil começar sem ela, o difícil é continuar. O tempo mudou, as pessoas estão mais cultas e os pastores que são comunicadores precisam se especializar”.
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