Centenas de samurais japoneses do século 16 podem ter sido “cristãos secretos”, que decidiram desobedecer as proibições do xogum Toyotomi Hideyoshi. É o que revela uma extensa pesquisa no acervo do museu Miki Sawada Kinenkan, na cidade de Kanagawa, Japão.
Em 1596, os famosos guerreiros do Japão feudal foram proibidos de seguir a religião “estrangeira”, trazida por missionários portugueses. Hideyoshi introduziu medidas anticristãs na ilha e perseguiu seus praticantes. Os missionários europeus foram expulsos e milhares de cristãos japoneses, torturados e mortos.
O levantamento que está sendo realizado por especialistas no acervo das 367 espadas de samurais do museu iniciou em novembro do ano passado. Muitas das bainhas possuem “códigos secretos”, que dão pistas de algo que eles desejavam esconder.
As guardas das espadas possuem símbolos como cruzes e crucifixos escondidos entre outros desenhos. Historiadores analisaram meticulosamente cada uma das armas, incluindo fatores como: seus desenhos, materiais usados e as técnicas utilizadas para produzi-las.
Yuhiko Nakanishi, presidente da associação sem fins lucrativos responsável pelo levantamento, revelou que 48 espadas certamente pertenciam a samurais cristãos. Seus símbolos cristãos “disfarçados” que ornam os objetos remetem ao período denominado Sengoku (Estados Guerreiros).
“É extremamente raro encontrar bainhas de espada com símbolos cristãos ocultos, que passaram a ser utilizados após a adoção de políticas anticristãs no período dos samurais”, destacou um porta-voz do museu. “Isso indica que eles mantiveram sua profunda fé, apesar da perseguição.”
Os historiadores entendem que os cristãos sobreviventes formaram uma rede religiosa subterrânea. Eles teriam “escondido” imagens de Jesus e Maria em pinturas que pareciam de Budas, e mudaram suas orações para que soassem como cânticos budistas. Com informações Daily Mail
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