Primeiramente, vamos esclarecer uma coisa básica: Astronomia e Astrologia não são a mesma coisa.
Sabendo disso, vamos ao que interessa: a polémica do 13º signo do Zodíaco.
A recente confirmação pública da NASA a respeito da 13ª constelação zodiacal chamada de Ophiucus (Ofiúco) deu origem a especulações astrológicas a respeito de um 13º signo do Zodíaco que corresponderia a ela, o Serpentário.
No entanto, o que poucos sabem é que tal constelação já tinha sido descoberta em 1925, em Cambridge, durante uma assembleia da União Astronómica Internacional (UAI).
Disso saiu a necessidade de se criar um grupo de trabalho para estudar a questão das delimitações das constelações, surgindo daí a proposta de criação de regiões na esfera celeste, tal como um país dividido em estados.
Nessa “brincadeira”, surge a constelação Ophiucus ou Serpentário, que é cruzada pelo sol entre os períodos de 30 de Novembro e 17 de Dezembro – dominando boa parte da passagem por Escorpião, antes de chegar em Sagitário.
Isso é o que diz a ciência. Por isso, é preciso reforçar que:
Astrologia não é Astronomia
Definitivamente não é. Toda essa questão é matemática pura.
Apesar de a polémica ter se instaurado entre astrólogos e seus seguidores, é importante ressaltar que a mudança para fins culturais, tradicionais e pseudo-científicos (onde a Astrologia se enquadra) é uma questão de escolha.
“…Aqui na NASA, estudamos a astronomia, não astrologia. Nós não alteramos quaisquer sinais do Zodíaco, mas acabamos de fazer a matemática.” via nasa.tumblr.com
Isso porque os estudos astrológicos se baseiam em signos (e o que eles representam de acordo com a data e horário de nascimento e a personalidade de cada um) e não nas constelações.
Mas, então, nada mudou?
Veja bem: eu, que nasci em 1990, passei minha vida toda lendo o horóscopo de Peixes.
Mas, caso a Astrologia fosse realmente baseada na ciência astronómica, isso significaria que todas as minhas crenças culturais e comportamentais baseadas no meu signo estiveram erradas.
Afinal, a 13ª constelação estabelecida em 1925, interferiu, consequentemente, na compreensão do “caminho que o sol faz” durante os meses do ano, jogando a minha pobre alma zodiacal para o signo de Aquário (Falácia! Eu nego!)
Mas, se ainda assim você ficou curioso(a) para saber se o seu signo teria alguma alteração, confira aqui como ficaria o seu astral:
Capricórnio: 21/01 – 16/02
Aquário: 17/02 – 11/03
Peixes: 12/03 – 18/04
Áries: 19/04 – 13/05
Touro: 14/05 – 21/06
Gêmeos: 22/06 – 20/07
Câncer: 21/07 – 10/08
Leão: 11/08 – 16/09
Virgem: 17/09 – 30/10
Libra: 31/10 – 23/11
Escorpião: 24/11 – 29/11 (como assim só seis dias?!)
Serpentário: 30/11 – 17/12
Sagitário: 18/12 – 20/01
Aquário: 17/02 – 11/03
Peixes: 12/03 – 18/04
Áries: 19/04 – 13/05
Touro: 14/05 – 21/06
Gêmeos: 22/06 – 20/07
Câncer: 21/07 – 10/08
Leão: 11/08 – 16/09
Virgem: 17/09 – 30/10
Libra: 31/10 – 23/11
Escorpião: 24/11 – 29/11 (como assim só seis dias?!)
Serpentário: 30/11 – 17/12
Sagitário: 18/12 – 20/01
Leia:
Serpentário e a mitologia grega
Apesar de não podermos confundir a ciência (Astronomia) com tradições humanas, é impossível negar a influência da cultura para descobertas e revalidações científicas – mesmo porque a própria ciência é passível de erro, já que é estudada por seres humanos.
Nessa perspectiva, é interessante observar que, de acordo com a mitologia grega, esse “novo” e extenso agrupamento de estrelas chamado de Serpentário estava associado a Esculápio, deus da medicina que passou a dedicar-se à arte da cura após ver uma serpente ressuscitar outra com algumas ervas que trazia em sua boca.
Daí o símbolo das ciências médicas: duas serpentes enroladas num bastão.
Ainda assim, para cientistas como Paulo Araújo Duarte, professor de Astronomia do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os estudos astrológicos são totalmente arbitrários e baseados em meras convenções:
“Para alguns astrólogos, a polémica a respeito da existência de um 13° signo não faz sentido, haja vista que não são as constelações lá no céu que influenciam os seres aqui na Terra e sim energias cósmicas que tomam como referência os signos tradicionais.
Há também opiniões que procuram justificar que tanto a cobra (Ofiúco) como o escorpião são animais que trocam de pele, indicando uma personalidade sujeita a grandes flutuações, e que, neste caso, Ofiúco vem a ter o mesmo significado astrológico de Escorpião.
Portanto, apesar de termos 13 constelações zodiacais, com a inclusão de Ofiúco, a divisão do Zodíaco em doze signos, para efeito da astrologia, segue a antiga tradição e não precisa levar em consideração as mudanças estabelecidas pela UAI, o que muitos astrónomos consideram uma imperfeição.
E como a divisão do Zodíaco em signos não apresenta nenhum interesse prático maior para a astronomia, o surgimento de Ofiúco como região zodiacal em nada deverá abalar as crenças e os estudos astrológicos, pois os astrólogos sabem que suas concepções não partem das constelações e sim dos signos, que são meras convenções.”
0 Comentários
Deixe aqui o seu comentário...lembre-se de voltar para ler a resposta...