O fenômeno de Lanciano


Milagres são sinais visíveis e passíveis de análise, mediante os nossos sentidos físicos, do Poder Divino. Algumas orientações religiosas, porém, afirmam que esse tipo de fenômeno não existe (caso do espiritismo). Dizem que Deus não haveria de quebrar as regras que ele próprio estabeleceu para a sua criação. Mas não seria muita pretensão de nossa parte querer determinar o que Deus deve ou não fazer? Se cremos numa Força Suprema, que criou e rege o Universo, e que de alguma maneira está em tudo o que existe, havemos de nos reconhecer totalmente incapazes de compreender os desígnios divinos, ao menos em totalidade.

A Pesquisa Psi (Parapsicologia) chama de fenômeno “supranormal” àquilo que popularmente se conhece como "milagre”. É importante saber, no entanto, a diferença entre supranormal e ocorrências paranormais ou extra-sensoriais. Dentro da pesquisa séria da verdadeira Parapsicologia, o fenômeno supranormal se reconhece por 3 pontos:

1º: pelo fato, em si mesmo, superior à natureza;

2º: pelo modo, diferente dos modos da natureza;

3º: por quem ou o quê o faz: fenômeno provocado pelo ser humano, mesmo inexplicável, não é supranormal.

A Igreja entende que só faz sentido crer em Deus como o Criador que age e se revela na História: um Deus que se faz conhecer através de eventos históricos. Neste artigo, vamos conhecer aquele que muitos, incluindo religiosos e cientistas, além de pesquisadores e devotos, consideram o maior fenômeno supranormal da História. Um dos maiores milagres passíveis de investigação de todos os tempos.

O grandiososo milagre tem mais de 12 séculos de existência e permanece ocorrendo até os nossos dias. Por volta do ano 780 dC, na cidade italiana de Lanciano (‘Anxanum dos Frentamos’), viviam no Mosteiro de São Legoziano os Monges de São Basílio. Segundo dados históricos, havia entre eles um que se destacava mais pelo intelecto do que pela determinação religiosa, que parecia vacilante aos olhos de sua comunidade. Diz-se que ele era perseguido constantemente por uma dúvida terrível: a dificuldade em crer que a Hóstia e o Vinho Consagrados se tornassem verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Cristo, como ensinam as Escrituras e a Tradição Católica. Mas ele era um cristão fiel, e permanecia orando continuamente para superar esse incômodo espinho em sua mente. Como sacerdote, claro, não podia conviver com a dúvida sobre um dos pontos mais fundamentais da sua fé.

Essa situação persistiu por algum tempo, até que, certa manhã, ao celebrar a Missa, mais do que nunca atormentado pela dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a Hóstia converter-se em Carne Viva, e o Vinho em Sangue Vivo! Sentiu-se, como podemos imaginar, extremamente confuso e dominado pelo temor; depois, foi transportado e permaneceu longo tempo em êxtase. Por fim, em meio à transbordante alegria, com o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para os presentes, que nada entendiam, e exclamou:

"Oh, testemunhas afortunadas, a quem o Santíssimo Deus, para destruir a minha falta de fé, quis revelar-se a si mesmo, neste bendito Sacramento, fazendo-se visível diante dos nossos olhos! Venham irmãos, venham todos e maravilhem-se com o nosso Deus, tão próximo de nós! Venham contemplar a Carne e o Sangue de nosso amado Cristo!”

Os fiéis então, estupefatos, se aproximaram do Altar. Logo muitos foram às lágrimas... Havia Carne no lugar da Hóstia; Sangue em vez de Vinho!

A Hóstia-Carne apresentava, como hoje ainda se pode observar, coloração ligeiramente escura; rósea quando iluminada pelo lado oposto, e aparência fibrosa; o Sangue era espesso, hoje coagulado. A notícia se espalhou na pequena cidade, transformando o monge numa espécie de “novo Tomé”. Serenadas as emoções, as relíquias foram guardadas num tabernáculo de marfim especialmente construído. A partir do ano de 1713, a Carne vem sendo conservada numa custó-dia de prata, e o Sangue num cálice de cristal, onde permanecem até hoje.

Sim. Até aí, os céticos poderiam dizer que se trata de uma história criada pela devoção popular. Uma fraude piedosa, inventada para aumentar a fé do povo. Poderiam dizê-lo, se o milagre de Lanciano fosse uma alegação sem provas. Mas não é. Os ataques dos ateus seriam, um a um, derrubados, como veremos a seguir.

Acontece que o Vaticano adota uma postura muito rígida para com as alegações de milagres, e nesse caso não foi diferente. As relíquias já vinham sendo mantidas como objetos de veneração há séculos, mas a Igreja se absteve de fazer um pronunciamento oficial antes de uma confirmação científica. É exatamente por isso que este caso é tão especial.

Em novembro de 1970, os Frades Menores Conventuais, que guardam a Igreja do Milagre (São Francisco desde 1252 ), devidamente autorizados, confiaram a dois médicos renomados, e de idoneidade moral reconhecida, a análise científica das relíquias, que foi realizada por meio de minuciosas e rigorosas provas de laboratório. Foi convidado o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica, e o Profº Ruggero Bertelli, Professor Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena.

Procederam-se os exames. Após alguns meses de trabalho, no dia 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram o relatório contendo os resultados das análises.


Resultados das análises clínicas:

-------# "A carne é carne verdadeira.

-------# O sangue é sangue verdadeiro.

-------# A carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago).

-------# A carne e o sangue são do mesmo tipo sanguíneo(AB). Pertencem à espécie humana.

-------# No sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes materiais: cloretos, fósforos, magnésio, potássio, sódio e cálcio.

-------# A conservação da carne e do sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece como fenômeno extraordinário.”



A partir daí, o Milagre Eucarístico de Lanciano não era mais só uma questão de fé: estava cientificamente e clinicamente comprovado! Mas a história não acaba aí: novas investigações laboratoriais foram realizadas em 1981. Mais uma vez, o trabalho foi realizado com absoluto rigor científico e documental, incluindo análise de fotografias ao microscópio. Os resultados:

1. A carne analisada é carne verdadeira. O sangue é sangue verdadeiro;

2. A carne e o sangue pertencem à espécie humana;

3. A carne pertence ao coração, em sua estrutura essencial;

4. Na carne estão presentes, em seções: miocárdio, endocárdio, nervo vago e ventrículo cardíaco esquerdo;

5. A carne e o sangue pertencem ao mesmo grupo sanguíneo: AB (cabendo aqui uma observação: o sangue tipo AB é característico do povo judeu; é o mesmo tipo encontrado no ‘Santo’ Sudário de Turim!);

6. No sangue foram encontradas as proteínas normalmente existentes, nas proporções percentuais idênticas, às encontradas no sangue normal fresco, como se retirados de um ser humano ainda vivo;

7. No sangue foram encontrados também os sais minerais em proporções idênticas àquelas de um ser humano vivo normal: cloro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio;

8. A conservação da carne e do sangue, deixados em estado natural durante doze séculos e expostos aos agentes físicos, atmosféricos e biológicos, constitui fenômeno extraordinário (extrapola os limites do comum, do ordinário). 



Detalhes que merecem destaque

Segundo as análises, os materiais são de uma pessoa VIVA, vivendo atualmente! As características do Sangue são como se retirado naquele mesmo instante, de um ser humano vivo!

A Carne que lá está é uma parte do coração, o músculo que propulsiona o Sangue, portanto a vida, ao corpo inteiro, e que é também o símbolo do Amor.

O Sangue, hoje, está em forma de cinco coágulos. Apesar de serem bastante diferentes em tamanho e forma, todos apresentam exatamente o mesmo peso! Mais: pesando-se todos os coágulos juntos se obtêm, igualmente, exatamente o mesmo peso! Em outras palavras, o peso de cada um dos coágulos é igual, e também é o mesmo peso de todos eles juntos! Este fato, por si só, representa um milagre dentro de outro milagre!

Um caso como este é completamente diferente de outros, que podem ser explicados como ação do “poder da mente” ou fenômenos parapsicológicos. E a própria parapsicologia o classifica o Milagre Eucarístico de Lanciano como um fenômeno supranormal inegável. Não existe sequer um esboço de explicação científica natural para este caso, que não foi um fenômeno ocorrido num espaço determinado de tempo, mas sim um Milagre Permanente, ou seja, ocorreu há cerca de 1.300 anos e continua ocorrendo até hoje, na preservação inexplicável dos Materiais.

“‘Comei e bebei todos vós, isto é o meu Corpo que é dado por vós.’ Mais do que uma simples simbologia, como possa parecer, este é o Sinal Divino de que no Sacramento da Comunhão está o Alimento da nossa esperança nas Promessas de Cristo...”
(S. Tomás de Aquino)




O Cálice contendo os coágulos do Sangue surgido milagosamente



Detalhe do fragmento de Carne Humana Viva do Milagre Eucarístico


No topo deste texto, a foto é do Relicário de prata contendo as preciosíssimas Relíquias do Milagre Eucarístico de Lanciano. 

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