O presidente do Parlamento de Papua Nova Guiné, Theo Zurenuoc, tomou uma decisão que provocou grande polêmica no país. Alegando que eram “do mal”, ele destruiu esculturas que faziam parte da decoração do Congresso Nacional havia anos.
Evangélico, ele alega que estava limpando o lugar da influência de ídolos pagãos e de objetos usados na feitiçaria. Ele quebrou murais de madeira e usou uma serra elétrica para cortar a cabeça de diferentes estátuas. Ordenou ainda a remoção de um totem com trinta metros de altura e que pesa quatro toneladas.
O monumento ficava na entrada do Parlamento e pode ser substituído por um “pilar da Unidade”. O novo monumento exibirá uma Bíblia, uma cópia da Constituição, além de uma chama. A parte superior trará uma inscrição dizendo: “A Palavra de Deus”.
Com sete milhões de habitantes, a Papua Nova Guiné é um conjunto de várias ilhas que já foi colônia Britânica. Historicamente marcado por uma aliança tribal, a feitiçaria é generalizada, embora a religião majoritária seja o cristianismo.
O Dr. Andrew Motu, do Museu Nacional de Papua reclamou que as ações do político refletem a influência crescente de grupos evangélicos no país. “Sua crença é de que essas coisas estão associadas ao demônio por serem parte do animismo pagão”.
Em reação a decisão de Zurenuoc, o primeiro-ministro, Peter O’Neill, exigiu que ele parasse com a “limpeza” e um grupo de oito ministros exigiu uma investigação e que ele seja deposto do cargo. Existe uma forte pressão da imprensa para que ele se justifique, mas por enquanto o político disse que não é necessário.
O ministro Puka Temu disse que o presidente do Parlamento “não pode impor seus valores cristãos unilateralmente”. “É um absurdo. É muito decepcionante e essa atitude prejudica a cultura e tradições do nosso país que já existe há centenas de anos”, disse.
Zurenuoc por sua vez fez um anúncio pago nos principais jornais do país explicando sua decisão. Ele recebeu o apoio das principais lideranças cristãs, como o pastor Joseph Walters. “A cultura de Papua Nova Guiné tem origem basicamente de uma sociedade animista. Essas coisas que a população está habituada a prestar homenagem e demonstrar respeito são realmente pagãs”, asseverou. Afirmou ainda que os habitantes de Papua Nova Guiné vão perceber o bem que Zurenuoc está fazendo pelo país. Com informações Telegraph e Patheos.
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