Na doutrina católica, o purgatório é um estado de espera. Um lugar de almas em purificação. Um sofrimento que só terá fim com a chegada ao paraíso.
Na Divina Comédia, uma das maiores obras poéticas de todos os tempos, o purgatório imaginado por Dante Alighieri é uma montanha muito alta, cercada de terraços, onde as almas se purificam dos pecados cometidos na Terra.
Foi na Idade Média que o purgatório viveu o auge da fama na imaginação dos cristãos. Hoje, fala-se pouco dele. O céu e o inferno desfrutam de maior prestígio nos sermões católicos.
Numa igreja de Roma, um museu misterioso contém relíquias que seriam um testemunho da comunicação de almas do purgatório. A igreja não permite que nenhuma imagem seja gravada, mas um pesquisador de parapsicologia, o brasileiro Clóvis Nunes, entrou no Museu das Almas do Purgatório e conseguiu filmar as peças: “Este museu está reservado à Igreja. Para nós termos acesso a ele, precisei contar com o apoio de uma autoridade eclesiástica, em Roma, da Igreja Católica Brasileira”, conta.
Clóvis entrou na Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio. Sufrágio significa ato de piedade, oração pelos mortos. A igreja pertence aos missionários do Sagrado Coração, ordem católica fundada pelo padre francês Jules Chevalier, em 1854.
Numa pequena sala, ao lado da sacristia, estão guardadas as relíquias: os antigos missionários do Sagrado Coração acreditavam que elas eram provas da comunicação entre vivos e mortos.
“A Igreja acredita que seja possível uma comunicação entre este mundo e o outro mundo. A Igreja tem convicção de que esta comunicação existe. A Igreja se sente peregrina, porque vive na terra e possui uma pátria no céu”, diz Sandro Register. (POR UMA PERMISSÃO ESPECIAL DE DEUS, AS ALMAS DO PURGATÓRIO PODEM ...

A maioria das peças que compõem o Museu das Almas se referem à aparição de padres, freiras e fiéis, ocorridas em ambiente católico: igrejas, conventos, quartos de oração.


Quem fundou a Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio foi o missionário francês Vitor Jouet. Ele queria que o templo fosse dedicado às almas dos mortos. No dia 15 de novembro de 1893, houve um incêndio ao lado do altar. O fogo deixou uma marca no mármore: nela, os fiéis enxergaram o rosto atormentado de um homem. Padre Jouet acreditou que aquilo era um sinal, como se uma alma do purgatório estivesse suplicando por ajuda.


Depois desse episódio, o padre Jouet viajou por conventos na Itália, França, Bélgica e Alemanha, coletando objetos que comprovassem a manifestação dos mortos. Na volta, criou o Museu Cristão do Além-Túmulo, que mais tarde passaria a se chamar Museu das Almas do Purgatório. Tinha cerca de 200 peças, mas só restaram hoje as que foram aprovadas pelos sucessores do padre Jouet, aquelas consideradas autênticas acima de qualquer dúvida.


Pode-se acreditar na autenticidade do Museu das Almas do Purgatório? O Vaticano não quer dar uma opinião oficial sobre a autenticidade das relíquias, mas as peças que estão no museu impressionaram vários especialistas da Igreja.







Lorena, Alemanha, 21 de dezembro de 1838. Giuseppe Schitz aparece diante do irmão e pede orações, porque está sofrendo no purgatório. Marcas dos dedos de Giuseppe foram deixadas num livro de orações do irmão: “A marca do dedo atravessou nove páginas com a queimadura. Ela chegou a fazer uma perfuração”, conta o pesquisador.

LIVROS RELIGIOSOS 1***** Outra prova que deveria constar do acervo do Museu do Purgatório, como hoje é conhecido, encontra-se na Baixa Baviera, em poder da família Hackenberg. É um pequeno livro de orações do século 18. Tem 10 centímetros de comprimento por 6cm de largura. Está bem conservado, apesar de ter servido como "prova de fogo" para um caso semelhante ao de Margarette. Nas páginas 12 e 13 observa-se a impressão de duas mãozinhas. Distinguem-se os cinco dedos, a pequena palma e parte do pulso. Um detalhe interessante é que os dedos dão a impressão de serem descarnados, ou seja, mãos de um esqueleto minúsculo.
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