Durante toda a investigação a Polícia Judiciária da Guarda tentou encontrar mais vítimas de crimes sexuais do padre Luís Miguel Mendes. O vice-reitor do Seminário Menor do Fundão começa quinta-feira a ser julgado por abusos a seis menores, mas uma das crianças apontou o nome de outros dois alunos aos inspetores.
A vítima contou às autoridades que meses antes de ela própria ter sido abusada já tinha visto o padre, que hoje tem 37 anos, deitar-se na cama por diversas vezes com dois colegas da sua camarata. O jovem achou os atos muito suspeitos, uma vez que o padre permanecia na cama dos jovens durante bastante tempo. Quando foi mais tarde abusado por Luís Miguel Mendes ficou convicto de que aqueles menores tinham também passado pelo mesmo.
A PJ confrontou os menores, mas estes nada revelaram. Os inspetores não conseguiram assim apurar se aqueles dois meninos também foram alvo de abusos.
A investigação da Judiciária - que levou à detenção do padre a 8 de dezembro do ano passado - recuou aliás até ao ano de 2007, data em que a primeira vítima, que hoje tem 20 anos, foi abusada pelo padre Luís Mendes. Os inspetores ouviram todos os alunos que frequentaram o seminário desde aquela altura. Ninguém mais denunciou o padre. Mas as autoridades acreditam que outros menores tenham sido abusados. O medo e a vergonha podem ter levado a que decidissem ficar em silêncio.
A Judiciária e o Ministério Público acreditam que as próprias famílias das crianças abusadas teriam medo de ser os causadores do primeiro escândalo de pedofilia a rebentar na Igreja em Portugal. O padre Luís Miguel Mendes está acusado de abusos a seis menores. Vai agora responder por 19 crimes sexuais.
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