O CRONOVISOR

Muitas pessoas têm sido fascinadas com a ideia de viajar no tempo usando uma máquina simples, desde que HG Wells escreveu seu clássico livro "A Máquina do Tempo" . Aparentemente, era apenas uma obra de ficção, mas a 2 de maio de 1972 a revista italiana "La Domenica del Corriere" publicou o que deveria ter sido a grande descoberta do século XX: uma imagem de Cristo crucificado obtida usando uma máquina chamada cronovisor. Supostamente, a equipe que conduziu o projecto tinha acedido visualmente aos últimos dias de Jesus como um todo, desde a Última Ceia com seus últimos momentos finais, e mais foram capazes de capturar o momento com uma foto como prova. O inventor foi um padre excêntrico, que alegou que tinha uma máquina capaz de "ver" o passado. Muitas pessoas disseram que era uma fraude, mas outros defendiam a veracidade do projecto. O cronovisor realmente existiu?

Um pouco de história

Em seu pequeno quarto monástico o padre Marcello  Pellegrino Ernetti (1925-1994) conheceu Padre François Charles Antoine Brune, numa tarde no início dos anos 1960. Os dois homens se cruzaram pela primeira vez durante um passeio de balsa que atravessa o Grande Canal de Veneza. Durante sua breve conversa, o padre  Ernetti disse algo que ficou gravado na mente do Padre Brune. Os dois, que eram especialistas em línguas antigas, estavam falando sobre interpretação bíblica, quando Padre Ernetti disse que havia uma máquina que poderia responder todas as suas perguntas.

Padre Brune estava realmente confuso sobre como uma máquina poderia fazer isso. Quando perguntado sobre a máquina, Ernetti descreveu o dispositivo que ele chamou de "cronovisor" . Este é semelhante a uma TV, mas em vez de receber estações locais, poderia sintonizar ao passado para permitir que o espectador pudesse "ver e ouvir" os eventos que ocorreram séculos ou mesmo anos antes. Ernetti disse a Brune que a máquina funcionava, detectando todas as imagens e sons que a humanidade tinha feito e elas estavam "flutuando" no espaço. Padre Brune queria saber se o padre Ernetti e seus colegas foram capazes de ver a crucificação de Cristo. Ernetti respondeu:  "Nós vimos toda a " Agonia ", a traição de Judas, o julgamento...e  o Calvário. "

Como funcionava o cronovisor?

O que Ernetti descreveu a Brune o cronovisor, era uma espécie de máquina do tempo. A diferença com os dispositivos de ficção como criado por HG Wells, foi que esta máquina do tempo só foi capaz de capturar imagens e sons do passado ao presente. De acordo com as descrições fornecidas, o cronovisor era uma câmera de segurança ligada a um gravador de vídeo que podia ver o passado. Alguns especialistas têm tentado explicar que esta máquina era algo tão simples como um espelho. Aparentemente, nós não nos vemos no espelho em tempo real, refecte como estávamos apenas alguns milionésimos de segundo antes , porque o tempo que a luz leva para viajar de nosso rosto ao espelho, se reflecte e volta para os nossos olhos .

Mas, aparentemente, grandes telescópios também actuam como o cronovisor. Galáxias distantes que vemos através destes dispositivos não são realmente a tempo real. Se um cientista foi capaz de ver a vida em um planeta de uma centena de anos-luz de distância da Terra através de um telescópio, você vê é o que era vida vegetal há um século. Muitas pessoas argumentam que, se você pode ver o passado de uma galáxia distante usando um telescópio, por que não ser possível construir um dispositivo que nos permite olhar através da história? O dispositivo descrito pelo padre Ernetti, no entanto, parecia ser capaz de sintonizar em qualquer hora e em qualquer lugar.

A equipa secreta de cientistas

Como podia um simples sacerdote ser capaz de criar uma máquina de obter a imagem e som do passado?
O padre Ernetti estava trabalhando com o Padre Agostino Gemelli da Universidade Católica de Milão, tentando filtrar umas harmónicas dos cantos gregorianos quando ouviram a voz do falecido padre Gemelli conversando com eles no velho gravador que eles estavam usando (Gemelli confirmou o incidente). Isso fez com que o padre pensa-se sobre o que acontecem com todas as imagens e os sons que são feitos pelos seres humanos? Será que elas somem completamente ou existem de alguma forma? Ernetti abordando alguns cientistas eminentes e montou uma equipe para trabalhar no projecto. A equipa foi Enrico Fermi (um dos criadores da primeira bomba atômica) e Wernher von Braun (génio alemão). A equipe construiu o cronovisor para que eu pudesse entrar em sintonia com qualquer tempo ou lugar. Aparentemente, não só observou a crucificação de Cristo, mas também observou Napoleão, o filósofo romano Cícero, o poeta romano Quintus Ennius. Brune estava surpreso porque não tinha ouvido falar da invenção deste dispositivo. "Por que esconder tal descoberta?" , perguntou ele.

O padre Ernetti  disse que a equipe havia decidido desmontar voluntariamente o dispositivo.Visto que podiam sintonizar em qualquer lugar e a qualquer momento no passado, nas mãos erradas poderia criar a "ditadura mais temível que o mundo já viu" . O padre Ernetti também falou de sua máquina em algumas palestras sobre fenómenos paranormais. Enquanto ele nunca poderia mostrar sua descoberta, ele apresentou algumas provas como os texto da obra Tiestes .

As provas de padre Ernetti 

Tiestes fora escrito por Quintus Ennius nasceu em 239 A.C no que hoje é conhecido como Calabria Itália. Ênio escreveu cerca de 20 peças de teatro e um poema épico sobre a história de Roma, chamado Anais. Apenas alguns fragmentos de sua obra sobreviveram ao longo do tempo. Seu  trabalho mais recente Tiestes ocorreu pouco antes de sua morte, em 169 A.C  Os pesquisadores têm-se perguntado sobre esse trabalho de séculos. Em algum momento no final dos anos 60 um professor chamado Giuseppe Marasca estava interessado nas histórias que leu sobre o padre e sua peculiar máquina do tempo. Marasca finalmente conseguiu contactar com  Ernetti  e, eventualmente, se tornaram amigos.  Ernetti  prometeu a Marasca mostrar a sua máquina, mas nunca o fez. E o  que sim deu ao professor era um manuscrito do que parecia ser a obra Tiestes completa, que ele supostamente tinha copiado durante a utilização do cronovisor.

A suposta fotografia do  cronovisor alegada Obra Tiestes

Uma segunda evidência da Máquina do padre Ernetti era uma suposta imagem do rosto de Cristo, enquanto ele estava na cruz, aparentemente fotografados através cronovisor. A foto mostrava o rosto de um homem barbudo com os olhos virados para cima. Não demorou muito até que alguém percebeu que a imagem era idêntica (exceto que foi revertida esquerda para a direita) em uma escultura em madeira de Jesus no santuário pelo artista espanhol Lorenzo Coullaut Valera (1876-1932). Após esta revelação, o padre Ernetti não falou mais sobre fotografia e cronovisor. O padre Ernetti morreu em 1994.

Quanto aos manuscritos Tiestes que disseram que ele havia transcrito através do cronovisor, parecia muito curto, apenas 120 linhas, para a ser a obra completa. A maioria das obras deste tipo teria sido dez vezes mais. A Dr. Katherine Owen Eldred da Universidade de Princeton, uma especialista na obra de teatro disse não ser  autêntica. Ela explicou que muitas das palavras utilizadas neste trabalho não tinha sido publicado na lingua latina, até mais de dois séculos após a peça foi apresentada pela primeira vez. O tipo de palavras e como a repetição também sugeriu que a pessoa que criou o manuscrito tinha habilidades limitadas ao latim. Como Ennio, o dramaturgo, estava usando sua língua nativa isso parecia muito estranho. Isso fez dúvidar se o verdadeiro autor foi o mesmo padre Ernetti.

O enigma do pai Ernetti

Neste ponto, é fácil dizer que o padre Ernetti fora um louco e um mentiroso compulsivo. Apesar do chronovisor, no entanto, o padre Ernetti era altamente respeitado, quieto, intelectual cuja especialidade era a música arcaica. Ele passou a maior parte de sua vida pesquisando e ensinando sobre o assunto e foi o autor de vários best-sellers. Por que um clérigo respeitado estudioso e autor de grandes sucessos literários inventaria uma história como essa?

Após a morte de Ernetti, a imprensa local recebeu um documento de alguém?? dizendo ser parente de Ernetti mas preferiu permanecer anónimato. O documento falava de como Ernetti confessou antes de morrer que ele havia inventado e falsificados fotografia e o trabalho Testes, ele disse que foi forçado a fazer uma confissão falsa. No entanto, Ernetti insistiu que o cronovisor existia . Padre Brune, amigo Ernetti, também acredita que o  cronovisor existiu, mas Ernetti devido à pressão de seus superiores nos últimos anos de sua vida decidiu não falar sobre isso. Em uma entrevista em 2003, François Brune disse que alguns meses antes da morte do padre em 1994, Ernetti disse que participou de uma reunião no Vaticano com os cientistas que trabalharam no cronovisor. Segundo o Padre Ernetti, o cronovisor havia sido desmontado pelo Vaticano. A pergunta fica, será que existiu mesmo o conovisor? Seja como for certamente nunca se saberá.