Mais um capítulo no embate entre ateus e religiosos no Reino Unido. As crianças que não puderam provar sua veiculação com a religião serão impedidas de usar o ônibus escolar no norte do país de Gales.
O Conselho do Condado de Flintshire decidiu exigir uma prova de fé dos alunos do ensino médio, seja uma declaração de um padre católico ou um certificado de batismo. Só assim poderão utilizar o transporte gratuito até as escolas confessionais. Outros conselhos em todo o país decidiram acabar totalmente com o transporte público gratuito até as escolas confessionais. Mas em Flintshire o conselho local [similar à câmara de vereadores] decidiu barrar apenas os alunos que frequentam uma escola religiosa, mas não compartilham de seus “fundamentos”.
A decisão foi divulgada esta semana e possivelmente é a primeiro do tipo no país. Imediatamente foi classificada pelos pais da região como “pura discriminação”.
Um dos motivos seria a pressão para economizar dinheiro após os cortes de financiamento do governo. As autoridades defenderam a medida como sendo “uma política de transportes, justa, equilibrada e sustentável” e que pode economizar até 100.000 libras por ano. As escolas religiosas confessionais, a maioria católica, estão a cargo de grande parte do ensino médio em Gales.
Uma mãe disse estar preocupada com a possibilidade de sua filha de 10 anos de idade não poder ir com a irmã mais velha para a escola, como tem sido até hoje. “Eu não poderia pagar pelo ônibus todos os dias. Minhas filhas teriam de frequentar escolas diferentes, o que não é o ideal”, disse a mãe, cujas filhas estudaram em uma escola primária católica.
“Meus filhas não foram batizadas. A escolha é minha e não delas, mas escolas religiosas já faz parte de suas vidas. Só porque uma criança tem uma certidão de batismo não significa que será um crentes mais ativo do que aquela que não têm. É preconceituoso pedir que os pais das crianças que não foram batizadas paguem pelo transporte escolar”, continuou ela, que preferiu não divulgar seu nome.
Alguns pais cujos filhos são batizados também criticaram a decisão. Joe Stuart, padre responsável pela Igreja Blessed Sacrament, afirma que sua fé o ensina a ser inclusivo. “A educação neste país é livre. Você não pode penalizar as pessoas por causa de sua fé, através da imposição de uma cobrança caso elas estejam matriculadas em uma escola confessional, mas não compartilham de suas crenças. Isto gera exclusão”.
Não se sabe quantos alunos “sem religião” frequentam escolas confessionais, mas estima-se que pode chegar perto de 50%. A decisão final deve sair apenas em abril. Por enquanto está sendo feita uma “pesquisa de opinião” junto aos moradores da região.
O comunicado oficial diz: “O Conselho do Condado de Flintshire precisa avaliar todos os aspectos do seu trabalho, especialmente quando não é obrigatório fornecermos serviços e decidir de que maneira eles poderiam ser mais eficientes. A consulta pública está sendo realizada para considerar dois aspectos, transporte dependendo da idade e transporte para escolas confessionais.
O conselho propõe que entre em vigor no próximo ano letivo o transporte gratuito para escolas confessionais (religiosas) não seja fornecido gratuitamente para os alunos cuja família não compartilha da mesma fé que a instituição”. Com informações Daily Mail.
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