O bispo Antonino Raspanti, emitiu, no último sábado, 22, um decreto inédito que afirma que mafiosos condenados não terão direito ao funeral em igrejas do estado da Sicilia. A medida foi anunciada após uma reunião com a ministra da Justiça Anna Maria Cancellieri, como relatou o Washington Post.
Os mafiosos que já estiverem condenados e que não mostraram nenhum tipo de arrependimento antes de morrer não serão velados nas igrejas da diocese de Acireale. “Ser cristão é incompatível com ter ligações a organizações mafiosas”, justificou Raspanti.
O decreto afirma que “a privação de funeral eclesiástico também envolve a negação de qualquer missa funeral. A recusa do funeral, que se configura como uma sanção jurídica eclesiástica, [deve ser] um estímulo para o arrependimento daqueles que persistem em tais atitudes e convido a abandonar as escolhas de vida capazes de produzirem efeito jurídico negativo”. Além disso, “tal recusa tem o objetivo de restaurar a ordem e de coligar todos os fiéis da igreja para que saibam que nada pode ser um obstáculo para os crentes e nada pode ser motivo de afastamento do caminho correto”, conclui o decreto.
O bispo reconheceu que é uma medida “de alto valor simbólico” com o objetivo de “aumentar a atenção para essa questão e despertar consciências”, já que a igreja Católica italiana é frequentemente acusada de ser muito “tímida” com relação à presença das organizações criminosas.
No entanto, o bispo Raspanti afirmou que essa “timidez” está se esvaindo e refletindo uma política de tolerância zero por parte da igreja Católica, que começou em 1993, quando o então papa João Paulo II chamou os mafiosos a se arrependerem e se converterem. Raspanti tem tanto interesse em ir contra a máfia siciliana que, em 2012, organizou um evento destinado a combater o crime organizado com o aval do Vaticano.
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