De acordo com o estudo do Ibope sobre a distribuição das religiões em São Paulo capital, a presença dos evangélicos em bairros mais humildes é maior do que nas áreas ricas.
Os dados do Ibope em parceria com o Estadão Dados, que foram baseados nos questionários detalhados do Censo 2010, mostram que na zona leste, a presença de evangélicos é até 12 vezes maior do que em regiões mais nobres.
Segundo o estudo, a maioria dos religiosos na cidade são católicos, seguidos por evangélicos e espíritas.
O mapa de religiões mostra a variação da proporção de católicos para evangélicos, aumenta de bairros nobres para bairros mais humildes.
Nos bairros mais nobres, a proporção de católicos para evangélicos é grande, como por exemplo no Itaim Bibi, com 11 católicos para cada evangélico.
Entretanto, proporção diminui em direção à zona leste da cidade, sendo que em Itaquera, por exemplo, a proporção é de 2 católicos para cada evangélico.
Segundo o professor emérito de Antropologia da USP, João Baptista Borges Pereira, a zona leste, a partir da Avenida Celso Garcia, tem uma tradição antiga de igrejas evangélicas.
"A primeira igreja pentecostal de São Paulo é a Congregação Cristã do Brasil, no Brás. Ela foi fundada por italianos, mas já na década de 1950 parte dos milhares de nordestinos que vinham para São Paulo ocupar os bairros mais ao leste dessa área já frequentava esses cultos", explica o professor.
João Baptista afirma que as igrejas pentecostais e neopentecostais são especialmente atraentes para imigrantes de menor renda devido ao discurso da Teologia da Prosperidade.
Uma outra razão apontada por ele é a dada importância como referência social para os recém-chegados.
O professor de Teologia da PUC-SP, Edin Sued, atribui o sucesso à combinação do pentecostalismo ao modo de vida capitalista e ao trabalhador assalariado. “O pentecostalismo é uma religião urbana”.
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