As manifestações no Brasil continuam simultaneamente em várias cidades, estendendo as bandeiras de luta de redução das tarifas de meios de transporte para o combate à corrupção e gastos milionários da Copa do Mundo de 2014. As manifestações que eram inicialmente pacíficas se tornaram violentas, com forte repressão policial e atos de vandalismo por grupos isolados.
O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, professor de exegese bíblica Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper, deu um ponto de vista bíblico sobre as manifestações, que chocaram o Brasil e o mundo.
Em primeiro lugar, ele aponta que manifestações como essas não frustram o plano de Deus, apontando para Salmos 2:1-5, que descreve Deus rindo e zombando das manifestações das nações, "como se os povos pudessem com sua fúria e rebelião, frustrar os planos do Senhor".
Ainda que tais manifestações não sejam contra os Cristãos, Augustus Nicodemus destaca que em geral, as manifestações que acabavam com violência foram usadas pelos inimigos de Deus para tentar destruir a Cristo e a igreja cristã nascente. Entretanto, ele aponta que os resultados sempre concorrerarm para o avanço do Evangelho.
O reverendo afirma que tudo ainda está sob o controle de Deus, “debaixo do poder divino”, ainda que as manifestações populares pareçam um poder independente e soberano. “Através delas [das manifestações] Deus realiza seu propósito maior, que é promover a sua glória e o bem do seu povo, ainda que, no momento, não percebamos de que forma estas coisas se materializam na história”.
Além disso, o líder presbiteriano afirma que as manifestações violentas e tumultos são decorrentes das guerras e contendas que procedem do coração humano, “corrompido pelo pecado”.
“Ainda que, por causa da graça comum, existam por vezes motivos justos para estas manifestações, tais motivos são frquentemente misturados com motivações obscuras e impuras”, diz ele, citando Tiago 4:1-3.
“Elas expressam o caos espiritual que há nos corações sem Deus e a desordem social e civil que entrou na sociedade humana pelo pecado de Adão e pelo nosso próprio.”
Olhando para o lado dos governantes e autoridades, Augustus Nicodemus afirma que as autoridades são por vezes usadas por Deus para reprimir e castigar os baderneiros. Ele lembra ainda que as autoridades foram constituídas por Deus.
“Conforme Paulo nos ensina, elas são ministros de Deus para proteger os bons, castigar os maus e promover o bem da sociedade. Por isto, devem ser respeitadas, temidas e a elas devemos pagar impostos.”
Entretanto, o reverendo relembra aos cristãos que eles devem ter a obediência absoluta à Deus. “Nossa consciência está cativa à Palavra de Deus como instância última”.
Assim, em casos de conflito – “quando o Estado exige de mim aquilo que a Palavra de Deus proíbe” - o cristão deve obedecer a Deus e não aos homens, diz ele. “Pois ao colocar-se contra os valores e princípios de Deus, o Estado corrompe seu papel dado por Deus e suas leis são meras leis ‘humanas’ em contraste com as divinas”.
O reverendo vê também que a participação dos cristãos nas manifestações é legítima, desde que estas sejam ordeiras e pacíficas e que não seja para o bem da sociedade e não para o privilégio dos crentes.
Por último, ele lembra que a maneira de a igreja influenciar e mudar a sociedade é fundalmente pela pregação do Evangelho de Cristo. “Chamando governantes e governados ao arrependimento de seus pecados e conversão, pela fé, a Jesus Cristo.”
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