O padre Edgard Sebastião Rosse, da paróquia Santo Estevão Diácono, em Ribeirão Preto, São Paulo, afirmou que a morte do estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, durante uma manifestação na cidade, foi um sinal de que o Brasil "acordou".
“Ele representa o país que acordou, mesmo sendo fruto de uma fatalidade”, disse o padre. Marcos era frequentador da igreja e participava de um grupo de jovens da paróquia. Ele foi velado ali após ser atropelado por um motorista que invadiu a manifestação e atropelou outras onze pessoas.
Marcos e os amigos estavam em um dos protestos que ocupou mais de cem cidades brasileiras e levou cerca de um milhão de pessoas às ruas para manifestar contra a corrupção, o aumento das tarifas do transporte público, o superfaturamento de obras da Copa do Mundo, entre outros.
“Eu estava ao lado dele o tempo todo. Seguíamos manifestando por um país mais justo de forma pacífica até aparecer o motorista. Eu conseguir sair do lado do carro, mas meu amigo não”, disse Maurício de Oliveira Paulino Rosa, amigo de Marcos.
Marcos estava terminando o ensino médio e era considerado por amigos e família como um rapaz tranquilo, esforçado e inteligente. Fazia curso técnico de mecânica no SENAI e sonhava em ser fisiculturista. A família doou suas córneas.
O motorista responsável pelo atropelamento está foragido e o carro, que está registrado em nome de uma empresa, segue desaparecido.
Uma outra passeata, dessa vez em homenagem ao estudante, está marcada para a noite desta sexta-feira e seguirá o mesmo trajeto percorrido ontem. Colegas de escola e amigos de Marcos portarão cartazes com mensagens de despedidas e homenagens ao rapaz.
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